Wikis: Enfim o hipertexto

Durante a segunda guerra mundial, os "Aliados" procuraram coordenar 5.000 cientistas, das mais variadas áreas, que se associaram aos seus esforços de guerra. 

Vannevar Bush, que assumiu a coordenação destes cientistas, se defrontou então  com um problema que era o de como trabalhar com um volume tão grande de informação e teorias (boa parte da produção teórica científica na época) e tão diversificadas, já que abrangia praticamente todas as disciplinas.

Os métodos de processamento de informação não davam conta deste problema e então ele escreveu um artigo que se chamava "Como Nós Pensamos" onde refletiu sobre a possibilidade de inventar uma "máquina" que seria uma espécie de computador e uma maneira de processar a informação, que permitisse passar de um a outro texto a partir da necessidade do usuário e não a partir de uma estrutura pré-determinada (resumo em portugues).

Na realidade a solução que Vannevar Bush era o hipertexto. Mas as possibilidades tecnológicas de realizar esta Utopia não existiam na época.

Com o computador, com o Goffer no início da Internet, com sua estrutura hierarquizada, e mais tarde com o WWW com sua estrutura descentralizada, o Hipertexto ganhou materialidade.

Mas  por mais que ele avançasse a tecnologia usada ainda mantinha o controle por parte do autor. Os links eram definidos por quem faz as páginas e deste modo ao leitor resta apenas escolher entre os caminhos apresentados pelo autor.

O que faz o Wiki é recuperar a Utopia de Vannevar Bush. Quando este descreve o seu hipertexo, ele imaginava a possibilidade de o "leitor" marcar qualquer palavra, e a partir dela abrir a janela para outros documentos.

A revolução do Wiki está em viabilizar isto. A separação entre leitor e autor se esfuma e desaparece no momento em que qualquer um pode, a partir de qualquer palavra, imagem, ponto de um texto, abrir sua própria janela.

Sobre Nilton Bahlis dos Santos

Nilton Bahlis dos Santos é doutor em Ciência da Informação (UFRJ/IBICT), pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz); lider do Grupo de Pesquisa "Tecnologias, Cultura e Práticas Interativas e Inovação em Saúde", certificado pela Fiocruz/CNPQ; professor permanente do PPGICS (Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde) Icict/Fiorcruz e professor colaborador do PGEBS (Programa de Pós Graduação de Ensino em Biologia e Saúde) IOC/Fiocruz. É Coordenador do Núcleo de Experimentação de Tecnologias Interativas (NEXT/FIOCRUZ), Host do TedXFiocruz e membro da Coordenação do Observatório para la Cibersociedad (OCS),. Foi Fundador e Coordenador do Clube do Futuro, fundador e Diretor do Centro Nacional de Quadrinhos, Roteiros e Imagens e um dos criadores da Bienal Internacional de Quadrinhos, tendo sido curador e produtor de suas 3 edições (1991/1997). Atua nas áreas de Ensino, Interdisciplinar, Ciência da Informação, Saúde Pública, Sociologia de Redes, Educação, Comunicação, Promoção da Saúde e Popularização da Ciência. É editor, jornalista, produtor gráfico e cultural, especialista em sistemas complexos e Interativos; Especialista em Redes Sociais, modera comunidades virtuais e faz consultoria em políticas para a Internet, Sistemas de Informação e Comunicação, Educação e Rede e EAD e Internet das Coisas (IOT). Em seu Currículo Lattes os termos mais frequentes na contextualização da sua produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Redes Sociais, Internet das Coisas, Inovação, Informação, Comunicação, Saúde Coletiva, Tecnologias e Práticas Interativas, Internet, Sistemas Complexos, Educação Não Formal, Educação em Rede, Comunidades Virtuais, Popularização de Ciência e Organização da Cultura.
Esse post foi publicado em Comunidades Virtuais. Bookmark o link permanente.

Deixe um comentário